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"A Polônia também deve exigir reparações da Rússia"

"A Polônia também deve exigir reparações da Rússia"

publicado em 2025-09-08 07:30

A Polônia foi vítima de Hitler e Stalin na Segunda Guerra Mundial, e é por isso que deve exigir reparações não apenas da Alemanha, mas também da Rússia, escreve Artur Weigandt em um comentário publicado no domingo na edição online do diário alemão Die Welt.

foto: Krystian Maj / / FÓRUM

Ao renovar seu pedido de reparações à Alemanha em Westerplatte, o presidente polonês Karol Nawrocki invocou uma longa tradição na política polonesa de que a Polônia foi vítima do ataque alemão de 1º de setembro de 1939, que resultou em milhões de mortes, cidades destruídas e uma devastação sentida por décadas. É inegável que esse trauma perdura até hoje, e que a Polônia tem justificativa para reivindicar reparações", acredita o jornalista alemão.

Mas por que as autoridades polonesas se limitam a fazer reivindicações contra a Alemanha?, pergunta o autor do comentário.

"A Polônia foi vítima não apenas de Hitler, mas também de Stalin. O Pacto Molotov-Ribbentrop de 1939, no qual dois sistemas totalitários dividiram a Europa entre si, significou o fim da soberania da Polônia", explica Weigandt.

Como ele lembrou, algumas semanas após o ataque alemão, o Exército Vermelho entrou na Polônia e não foi uma libertação, mas uma segunda ocupação, incluindo deportações para a Sibéria, o massacre de Katyn e a destruição da elite polonesa.

Após 1945, a Polônia permaneceu uma "semicolônia" na esfera de influência soviética. A Polônia Popular comunista era apenas formalmente um Estado; na realidade, faltava-lhe soberania para tomar decisões sobre o futuro, a política externa ou as reparações. Todas as decisões importantes dependiam de Moscou. Portanto, a responsabilidade pela destruição e privação de direitos cabe não apenas à Alemanha, mas também à União Soviética.

Até o colapso do bloco soviético em 1989, a Polônia "era incapaz de tomar decisões sobre questões cruciais". Por isso, o argumento de que a demanda por reparação também deveria incluir a Rússia é convincente. "Não se trata apenas de uma brecha legal, mas de uma questão de justiça histórica", enfatizou o comentarista.

"A Polônia foi atacada por dois lados e oprimida por duas ditaduras, explorada por duas potências. Quem hoje responsabiliza apenas Berlim está silenciando sobre metade da verdade", lemos em "Die Welt".

Segundo o comentarista, uma expressão de coerência e clareza política seria o presidente polonês expressar abertamente essa verdade.

É fácil criticar 'amigos' no Ocidente. A Alemanha é membro da UE e da OTAN, uma parceira e, portanto, um alvo desejável. É possível negociar com Berlim, exercer pressão, marcar pontos na política interna. Mas quase ninguém tem coragem de exigir reparações de Moscou. O medo de que isso possa ser percebido como uma provocação é muito grande, e as perspectivas de sucesso são muito pequenas", escreve Weigandt.

O Die Welt prevê que a Rússia "irá, é claro, ignorar ou ridicularizar as reivindicações de reparação da Polônia". Mas a opinião pública mundial perceberia que a Polônia está exigindo justiça histórica "não seletivamente, mas de forma abrangente" — "não apenas de um Estado democrático, mas também de um agressor autoritário que se esquiva de responsabilidades".

O comentarista enfatizou que não se trata de pagamentos reais, que — enquanto Vladimir Putin governar Moscou — são uma utopia. "Trata-se de enviar uma mensagem clara de que a Polônia está reivindicando ambas as potências que a esmagaram no século XX. Tal postura garantiria à Polônia o respeito mundial e o reconhecimento de que se trata de princípios, não de cálculos políticos."

Segundo o comentarista, exigir reparações não só da Alemanha, mas também da Rússia seria um ato de coragem. "As demandas da Polônia devem ser reconhecidas tanto pela Alemanha quanto pela Rússia", concluiu Weigandt no site do jornal "Die Welt".

Jacek Lepiarz (PAP)

lep/ ap/ lm/

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